Governo deve extinguir minha casa minha vida
O orçamento do ano de 2021 praticamente deixou de fora o programa habitacional Minha Casa Minha Vida, ou recentemente rebatizado de Casa Verde e Amarela, prevendo corte de 95% nos investimentos. Em resumo, pelo menos pelo futuro próximo, o governo deve extinguir minha casa minha vida.
A principal faixa de renda afetada é a chamada Faixa 1, em que se inserem famílias com renda menor que R$ 1,5 mil por mês
Veja os orçamentos dos últimos anos:
- 2017: R$ 7,6 bilhões
- 2018: zero. Fonte: Democracia Popular
- 2019: R$ 4,6 bilhões
- 2020: R$ 2,7 bilhões, queda de 42% em relação a 2019. Fonte: UOL
Relembre as origens do Minha Casa Minha Vida
O programa de habitação Minha Casa Minha Vida foi uma remodelagem de diversos outros programas feita pelo governo Lula em 2009, logo após a crise de 2008, que arrebatou o mundo com início no mercado imobiliário dos estados unidos, com a intenção de acalmar o mercado brasileiro, mantendo o crédito dos bancos públicos e aumentando a acessibilidade à moradia popular.
“O programa foi concebido para ser uma política anticíclica, para combater os efeitos recessivos de uma crise econômica. Ao mesmo tempo, visava atender uma demanda de moradia das famílias de baixa renda. Apesar do crescimento da economia nos anos anteriores, essas famílias não tinham acesso ao mercado de crédito.”
ANA MARIA CASTELO, COORDENADORA DE ESTUDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL DO IBRE/FGV
Vale lembrar que o INCC, índice nacional de preços da construção civil, um tipo de inflação do setor, já registra aumento de 11,95% no acumulado de 12 meses até março de 2021.
Isso é especialmente relevante porque os insumos ficaram mais caros, mas o valor dos imóveis já foi estipulado, diminuindo, assim, a margem das empresas e efetivamente inviabilizando novas obras e mesmo a conclusão das em andamento.
Os impactos do corte de verbas do Casa Verde e Amarela em 2021
O corte de verbas arrisca a paralização de 250 mil obras em andamento, que acabaram de voltar a funcionar após um período com falta de pagamentos no ano passado.
Nessas obras, são empregadas pelo menos 250 mil pessoas diretamente e mais de 750 mil indiretamente
“Sem o Minha Casa, o segmento da construção e, particularmente, o mercado imobiliário registrariam impactos negativos ainda maiores que os observados nos últimos anos”
Luis Fernando Mendes, economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção
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