Curva ABC ou Pareto ou regra dos 80/20 aplicado à construção civil
Com nossa falta de tempo e dias cada vez mais curtos, uma estratégia vem criando força apesar de já ter mais de 200 anos: a Curva ABC ou Pareto ou regra dos 80/20. Conhecida na matemática, estatística, economia e até na construção civil, ela nos ensina a priorizar. Está com muita coisa para fazer, muitos materiais para cotar ou mesmo muitas demandas comerciais? Com essa dica, você vai aprender a entender quais são os itens que mais causam impacto e focar no que importa.
A regra não é perfeita, mas o intuito é mostrar que pequenos grupos são responsáveis por grandes resultados. Aplicando isso na prático, focar em um pequeno grupo para estudá-lo, compreendê-lo e controlá-lo, naturalmente teremos resultados e impactos grandiosos.
A origem da Curva de Pareto
Vilfredo Pareto, no fim do século XIX, foi o economista responsável por observar que havia uma distribuição desigual de riqueza e poder na população total da época. Ele calculou matematicamente que 80% da riqueza estava em mãos de 20% da população e publicou um artigo pela Universidade de Lausanne em 1892, chamado “Cours d’économie politique”
Outros estudiosos, posteriormente, perceberam que o princípio apresentado por Pareto era aplicável a outras diversas áreas, como a da contabilidade, economia e matemática. Tal princípio em muitas vezes é chamado de regra 80/20.
Qual a diferença entre regra dos 80/20, Curva de Pareto ou Curva ABC?
Nenhuma.
Elas são absolutamente a mesma regra, com enfoques levemente diferentes:
Regra dos 80/20 e Curva de Pareto
Vamos juntar essas duas nomenclaturas porque elas têm o mesmo enfoque. Essas regras focam em mostrar o que Pareto percebeu no século XIX: estatisticamente, 80% dos custos, riquezas, problemas, soluções, etc. se encontram em 20% dos lugares, situações, agentes etc. É uma regra realmente bastante ampla, mas como algumas outras na natureza, incrivelmente funciona muito bem.
O diagrama de Pareto é apresentado por meio gráfico, tendo sua origem decorrente de estudos de Vilfredo Pareto e do grande mestre da qualidade Juran.
Curva ABC
Essa regra tem como foco dividir os itens, principalmente da construção civil, em grupos, para que os envolvidos nas obras deem a devida atenção para cada item.
Por exemplo: em uma construção de concreto armado, o preço de concreto deve ser muito bem negociado, por vezes com meses de conversas com fornecedores. Já o custo da limpeza final talvez não importe tanto para o orçamento final e, por isso, deva tomar menos a atenção do comprador e do engenheiro.
A representação pode ser gráfica, em que os itens são dispostos do mais impactante para o menos, de forma cumulativa, até atingir 100%. Então traça-se uma linha nos primeiros 80% de custo para encontrar a curva A. Após, traça-se uma nos 95% dos custos para dividir as curvas B e C.
Observando por esta abordagem, a curva ABC serve como ferramenta que demonstra por ordem de prioridades quais causas, insumos ou serviços devem ser trabalhadas em primeiro lugar.
- Os itens que compõem a Curva A merecem um maior controle, registro completo, revisões periódicas e maior cuidado ao aplicar.
- Já os itens pertencentes à Curva B exigem um controle regular, registro e atenção periódica.
- Os itens da Curva C possuem um menor impacto no projeto como um todo, merecem atenção devida porém não com o mesmo enfoque dos itens da Classe A e B por exemplo, tais itens podem ser adquiridos de uma só vez.
Aplicando a Curva ABC na construção civil
Com o aumento dos preços nos últimos meses, ficou mais importante do que nunca controlar muito bem o orçamento da obra.
A curva ABC é muito útil para o gerenciador de custos porque aponta os insumos aos quais merecem maior atenção na fase de pesquisa de preços e
aquisições. As seguintes utilidades podem ser observadas:
- Hierarquização dos insumos;
- Priorização para negociação;
- Avaliação de impacto da variação de preço de cada insumo durante o desenvolvimento da obra;
- Validação do orçamento em ações de controle.
Após realização de um orçamento de um empreendimento segundo estudo realizado pelos engenheiros parceiros da Zinz, e ordenamento dos dados, criamos uma relação de itens e/ou etapas que são comumente classificadas como Classe A, B e C, veja:
Curva A:
- 20,24% – Concreto armado: se mostrou o de maior impacto em relação ao montante total do orçamento
- 10,10% – Contenção e fundação
- 7,27% – Revestimento interno
- 6,42% – Administração da obra e despesas gerais
- 6,39% – Instalações hidráulicas, sanitária e gás
- 5,97% – Esquadrias e ferragens
- 5,49% – Instalações elétricas
- 4,83% – Alvenarias e divisórias
- 4,66% – Revestimentos externos
- 4,01% – Aparelhos e metais
- 3,90% – Pintura.
Estes itens mencionados são integrantes da Classe A e representam 80% do custo total das atividades do empreendimento, merecendo maior controle,
monitoramento, negociação com fornecedores e cuidados quanto a aplicação e desperdícios.
Fica bastante claro que, nesse estudo, o principal foco de atenção deve ser o concreto armado, seguido das contenções.
E ai?
Já sabe qual material priorizar nas suas negociações? Ou ainda, como vai determinar qual tarefa fazer antes ou com mais afinco?
Se tiver mais alguma dica, nos conte nos comentários!
Se quiser economizar mesmo tempo com compras, nos contate que te contamos como!