Por que chuva atrasa o cronograma de obra?

Quem nunca teve um atraso na execução dos serviços, cuja a culpa foi direcionada ao tempo? Ou, se você está do outro lado, teve sua operação paralisada porque não parava de chover? Mas afinal por que chuva atrasa o cronograma de obra e como se defender disso?

A influência da chuva nos serviços

No site da Climatempo, temos a seguinte afirmação:

“O segmento de construção civil, apesar de seus altos e baixos, continua sendo um dos segmentos que mais procuram a Climatempo para serviços de meteorologia.”

Isso porque a maioria de suas atividades costumam ser realizadas ao ar livre e essa execução precisa de planejamento meteorológico para o bom andamento da obra.

A chuva afeta severamente serviços externos, como:

• Escavação e movimentação de terra
• Fundação
• Concretagem de laje
• Revestimentos externos

E mesmo serviços internos, como pintura, não devem ser feitos quando o tempo está muito úmido porque corre-se o risco de o acabamento ficar com baixa qualidade

Como a justiça vê esses atrasos?

Nesse artigo do site Migalhas, o autor cita um processo em que a construtora foi condenada a ressarcir todo o valor pago por um imóvel visto a demora na entrega do produto. Esse foi um caso bastante extremo porque no próprio contrato havia uma previsão de 180 de margem para a entrega, porém nem esse prazo foi cumprido. O cliente foi, inclusive, indenizado por danos morais que o atraso causou.

Já neste artigo, uma empresa de engenharia foi beneficiada por uma decisão que entendeu que houve praticamente 30 dias de chuvas torrenciais registradas ao longo do prazo contratual de 90 dias para a execução das obras e que não havia possibilidade de atuação diversa por parte da contratada e que a multa deveria ser afastada

“A 1ª câmara de Direito Público do TJ/SC confirmou sentença da comarca de Florianópolis que julgou procedente ação proposta por empresa de engenharia – contratada por concessionária de energia elétrica para serviços de terraplanagem – contra multa de R$ 46 mil, aplicada após atraso de 24 dias na entrega dos serviços.”

É claro perceber por que chuva atrasa o cronograma de obra, porém existem graus diferentes dependendo das atividades e do tipo de obra.

Como se defender dos atrasos por causa de chuva?

Como esse é um problema que não deve ir embora, temos que aprender a lidar com ele. Veja algumas opções para diminuir os danos que o clima pode causar ao planejamento.

Cobertura para os serviços

Se a obra é em um espaço pequeno e o cumprimento do cronograma é de suma importância, talvez valha a pena montar tendas ou coberturas para o serviço. Um exemplo disso é uma concretagem de laje em que o concreto e a lança já estão contratados e a equipe de piso zero já está a postos.

Porém, fica absolutamente inviável fazer isso em obras de infraestrutura, como rodovias, por exemplo, visto a área muito grande e o custo elevado para uma cobertura.

Programação de serviços de acordo com o tempo

Outra forma, muito mais engenhosa e que demanda mais organização, é a programação de serviços que podem ser feitos em bancada coberta, como armação ou montagem de formas para vigas e pilares, até mesmo montagem de kits de hidráulica.

Nesse sentido, é possível “deixar” alguns serviços, como esses citados, para serem feitos em dias chuvosos e focar em serviços externos quando o tempo estiver colaborando.

Programação de fases da obra de acordo com a estação

Sabemos que em Curitiba, por exemplo, chove constantemente durante o verão (novembro a março), porém no resto do ano as chuvas são muito mais espaçadas. Isso é verdade também para o restante da região sul e para o sudeste. No norte e nordeste o clima varia um pouco, cada um com suas peculiaridades.

Esse assunto é muito parecido com o abordado nesse artigo sobre planejamento de canteiro e de equipes de obra.

Sabendo disso, é possível agendar o início de uma obra para o inverno, em que corremos menos risco de perder dias de trabalho por causa de chuva em fases como fundação e outras atividades externas e deixar as fases como assentamento de pisos, instalações elétricas e hidráulicas e até acabamentos para o verão, quando a chuva não deve afetar tanto.