Entulho de obra: descarte correto e dicas para gerar menos
A cidade de Curitiba gera quase 2 milhões de toneladas de entulho de obra por ano. Esse peso é quase o dobro da quantidade de lixo comum (residencial) que a cidade gera. Todo esse resíduo gera custos para as construtoras, para a cidade e ainda traz vários problemas para o meio ambiente, devido à reciclagem muitas vezes falha. Por isso, escrevemos esse conjunto de dicas para ajudar você a gerar menos entulho de obra e descartá-lo melhor.
O que devo seguir para o descarte de entulho de obra?
O descarte de entulho de obra deve ser previsto em um documento chamado PGRCC. O Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil indica a destinação recomendada. Para isso, ele usa a classificação definida pela Resolução Conama (Conselho Nacional do Meio-Ambiente) 307/2002.
Todas as empresas de construção civil devem elaborar um plano desses, segundo a lei federal nº 12.305/2010. Para toda obra. A prefeitura é responsável pela fiscalização da elaboração do PGRCC durante a fase de aprovação do projeto e emissão de alvará.
Quais são os tipos de entulho de obra?
A CONAMA307/2002, que mencionamos há pouco, divide o resíduo de obra em 4 classes:
- Classe A: materiais secos que podem ser reutilizados na própria indústria da construção ou recicláveis como agregados, como restos de alvenaria, tubos, concreto, argamassa e solo
- Classe B: materiais reutilizáveis em outras aplicações, como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias e gesso
- Classe C: resíduos para os quais ainda não foi desenvolvida tecnologia para reciclagem
- Classe D: são resíduos considerados perigosos, tais como tintas, solventes e óleos, ou aqueles contaminados oriundos de obras em clínicas radiológicas, hospitais, instalações industriais, etc.
Como fazer o descarte?
Verifique o que é reciclável e o que pode ser reutilizado na própria obra. Após separar o volume que não tem outra alternativa, foque no descarte adequado:
- Para volumes pequenos, faça descarte convencional pela prefeitura
- Utilize caçamba comum para volumes grandes, exceto materiais de gesso. O custo dessa opção é de aproximadamente $ 200 para cada 5 m³
- Use um tipo de caçamba específico para gesso, caso seja esse o seu entulho. Essa alternativa custa em torno de R$ 350 para cada 5 m³ de rejeito.
Documentação necessária
A empresa que administra as caçambas deve emitir MTR (Manifesto de Transporte de Resíduos), que é o documento que demonstra onde e como serão dispostos os resíduos da construção.
Esse documento também comprova que a empresa é comprometida com o descarte ambientalmente responsável.
Quais métodos construtivos geram menos entulho?
Sabemos que os métodos tradicionais geram muito entulho, mas quais geram menos?
Construção a seco
Método construtivo em que não é utilizado água em materiais como argamassa. Todos os insumos são pré-moldados ou com montagem fácil. Exemplos dessa prática são:
- Drywall
- Placas cimentícias
- Forro em madeira ou em PVC
Pré-moldados
- Perfis metálicos
- Elementos pré-moldados de concreto
- parede de concreto
- Heavy steel framing: estrutura em que perfis pesados de aço substituem peças de concreto. Sua montagem é rápida e permite a construção de prédios enormes em dias, como o J57. Ele foi construído com velocidade de 3 andares por dia, inviável no sistema de concreto convencional
- Light steel framing: estrutura leve de aço, usa montantes de perfis leves espaçados para criar um sistema estrutural robusto e, ao mesmo tempo, leve
- Painéis EPS: feito com telas galvanizadas que são unidas por treliças e, então, firmadas em seu interior com EPS. Em seguida, é aplicada argamassa na estrutura. Mesmo usando argamassa é considerada uma técnica de construção a seco por aliar muitas características e vantagens do método
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