Como calcular o custo de um funcionário? Seja ele CLT ou MEI

Você tem noção do quanto custa ter cada pessoa na sua construtora? Sabe qual o retorno ele dá para a sua empresa? Essa é uma informação que muita gente não sabe como calcular e costuma fazer de forma abstrata, sem analisar o real resultado que essa pessoa vai te trazer.
E outro detalhe, se a sua construtora não possui um Departamento Pessoal estruturado, é possível que isso te dê mais dor de cabeça do que benefícios. Por isso, é muito importante que você entenda, no detalhe, como calcular o custo de um funcionário.

Então, vamos aprender mais sobre isso?

Calcule você mesmo quanto seu funcionário custará com a calculadora

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Formatos de contratação de pessoas

Para uma contratação CLT, o empregador costuma pagar diversas taxas e o salário bruto do funcionário se torna maior. Além de bancar benefícios, há todos os impostos e processos relacionados à contratação e à demissão. Contudo, o empregador pode cobrar horários de entrada e de saída, o que dá certa segurança e facilidade na cobrança.

O regime CLT, regido pelo Decreto-LeiI Nº 5.452, de 1º de Maio de 1943 também tende a segurar o funcionário, pois ele também se sente mais seguro visto que, numa possível demissão, o empregador precisa pagar diversos encargos a ele. Pode não ser uma boa motivação, mas garante mais estabilidade para o funcionário e a companhia.

No modelo PJ, ou de prestador de serviço, a empresa tem mais clareza e facilidade ao realizar pagamentos, pois o seu funcionário para a ser um “fornecedor”, onde ele emite uma nota fiscal de serviço e você faz o pagamento. Então é algo mais claro e muito mais fácil para a contabilidade. 

O funcionário PJ costuma ganhar um salário bruto e líquido maior que o CLT, contudo não tem direito a nenhum benefício, férias ou algo do tipo. Este colaborador não tem necessidade de bater ponto e trabalha por entregas, algo que é complicado de medir, dependendo da área de atuação.

Para a sua construtora, contratar um PJ pode ser mais barato, pois você paga menos (considerando o valor total, o quanto esse funcionário vai custar), contudo há menos segurança para você, como empregador. Como CLT você tem custos mais altos, porém há mais chance do profissional ficar e você tem formas mais claras de cobrá-lo.

Posto isso, vamos tratar sobre o regime de contratação CLT, mais complexo que o modelo PJ. Se você ficou interessado, já falamos nesse artigo aqui sobre contratação como MEI.

O que levar em consideração ao calcular o custo de um funcionário?

O valor gasto com um profissional depende de diversos fatores, e um dos principais, que costuma elevar o custo com pessoal, são os encargos trabalhistas. Os custos com esse tipo de despesa depende do regime tributário adotado pela companhia. Cada tipo existente pressupõe diferentes taxas que incidirão sobre o salário do seu funcionário.

Outros quesitos que, muitas vezes, são deixados de lado são os treinamentos, tanto o investimento financeiro quanto o tempo de dedicação das pessoas. Os custos com admissão, como documentação, exames, custos de demissão, premiações, bonificações, e benefícios também devem ser colocados na ponta do lápis.

Logo, podemos considerar que  há custos diretos e indiretos. Custos diretos são aqueles visíveis, fáceis de mensurar e de tratar, como o salário do colaborador, os benefícios e os impostos a serem pagos (conforme regime tributário e o valor do salário). Os indiretos são mais subjetivos, como tempo em treinamento, em contratação, além de luz, água, aluguel, sistemas, etc.

Como calcular os encargos trabalhistas?

Sua empresa pode adotar três regimes tributários, o Simples Nacional, o Lucro Real e o Lucro Presumido, e cada um deles prevê despesas trabalhistas diferentes; e antes de iniciar o cálculo dos custos dos seus colaboradores, é necessário saber em qual regime sua construtora se encaixa.

A partir disso, some ao salário os encargos sociais previstos para a empresa. Todos eles são uma porcentagem sobre a remuneração do trabalhador. Para empresas do tipo Simples Nacional, o 13º salário equivale a 8,33% da remuneração, as férias são 11,11%, o FGTS é 8% — a provisão vai para o 13º salário. Faça o cálculo em cima do valor bruto oferecido ao colaborador, o valor que está registrado em carteira. 

Para quem está sujeito ao tipo Lucro Real ou Lucro Presumido, os encargos sociais são diferentes. Além dos pagos pelas empresas do regime Simples Nacional, você deve acrescentar o INSS (20%), o salário educação (2,5%) e o Incra (3,3%).

Não se esqueça de alguns detalhes…

Além de despesas trabalhistas, você ainda precisa considerar os custos variáveis. Por exemplo, um profissional que trabalha por resultados, ele deve receber uma comissão por essas entregas, como um vendedor, por exemplo. Esses custos entram em carteira como comissão ou remuneração variável e, normalmente, não têm os impostos incididos sobre ele.

Também vale lembrar que você deve calcular horas extras e ter um regime claro de pagamento dessas horas. Você pode fazer o pagamento em dinheiro como pode trabalhar com “banco de horas”.

Alguns sindicatos também costumam realizar cobranças da empresa, e isso se torna um custo a mais, mesmo sendo descontado do funcionário posteriormente.

E não se esqueça, quanto mais tempo na sua empresa, menos o colaborador custa. Um funcionário novo precisa de treinamentos, dedicação de outras pessoas para ensiná-lo, há um tempo de adaptação e um tempo até gerar a produtividade necessária. A média de mercado, para um colaborador atingir a produtividade ideal, é cerca de seis meses. O tempo que ele leva para “se pagar” gira em torno desse tempo também.

É importante ter claro o cálculo do ROI  – Retorno Sobre Investimento (em inglès) desse funcionário. O quanto vocês investiram nele x o quanto de resultado financeiro ele retornou. É um cálculo simples e necessário para entender quanto pagar a essa pessoa.

Os custos com funcionário vão pesar no orçamento? Se liga nas alternativas

Como já citado no início do texto, uma das alternativas é contratar funcionários no regime PJ, sendo que eles serão “prestadores de serviço” seus custos serão menores com funcionários mas também com a contabilidade. Não será necessária uma pessoa com conhecimento profundo em Folha de Pagamento, Regime de férias e afins, mas somente alguém que cuide de realizar os pagamentos aos funcionários PJ.

Outra opção é a terceirização de alguns serviços, como segurança, manutenção, alimentação, entre outras áreas. Funcionários operacionais tem um custo alto dado o pouco retorno que trazem, e terceirizar pode ser uma ótima alternativa. Contrate uma empresa especializada e você terá apenas uma nota para pagar x diversos funcionários. Além de ser mais barato, o tempo dedicado a isso é muito menor, pois é apenas mais um fornecedor para pagar.

Agora que você já sabe como calcular o custo de um funcionário…

Com mais dinheiro para investir em melhorias na equipe interna, a retenção também se eleva. A consequência disso são despesas menores e mais resultados. Com um time forte e uma alta retenção a tendência é que você crie um ambiente produtivo.

Existe o mundo ideal? Provavelmente não, existe a realidade da sua construtora, o quanto você está disposto a pagar e o quanto de resultado pretende trazer com essa equipe.

E antes de contratar novos colaboradores, faça o cálculo do custo de um funcionário na empresa e qual será o seu ROI estimado. Dessa forma, é viável avaliar se realmente vale a pena fazer novas admissões ou se você pode terceirizar o serviço.

Existe também a parte jurídica da contratação

Veja aqui as 10 leis que as construtoras e empresas do ramo devem se atentar na hora de contratar e gerir pessoas